Projeto Visitação a Asilos

Uma frase minha: “Não se desvie de um idoso, não o evite, pois inevitavelmente chegará o dia em que ele estará no seu espelho!” Pr. Daniel Ferreira

Temos tantos idosos em nossas igrejas, e na maioria das vezes não lhes damos a atenção devida, não os honramos e não lhes damos o espaço que merecem na liturgia e nas atividades da igreja.

O velho normalmente é considerado inútil, desatualizado, ultrapassado…

Graças a Deus que nem sempre é assim e tenho visto muitas igrejas e denominações criarem departamentos específicos aos idosos e proporcionarem o espaço e a dignidade que estes merecem, a começar pela acessibilidade e os melhores lugares.

Contudo vamos ao exemplo principal da área em que mais os nossos idosos são ignorados: no cântico congregacional, por exemplo. Nossos avós e nossos pais, que nos trouxeram o evangelho por meio de uma vida de exemplo, repentinamente não sabem mais louvar, seus cânticos não servem, precisam cantar as paradas de sucesso dos shows gospel, os ritmos de funk, rap, de timbalada, e outras modalidades gospel e ainda ficarem em pé mais de uma hora assistindo ao louvor. Nada contra os ritmos atuais, afinal é “questão de gosto”, mas “gosto pra uns e desgosto pra outros”. Não podemos ignorar o gosto musical dos mais velhos e precisamos dar a eles algum espaço em nosso momento de adoração.

Particularmente entendo que as tendencias musicais mudam, mas o que invoco aqui é o espaço na adoração que os idosos também devem ter na igreja.

Conheci uma igreja que tinha dois sanfoneiros idosos, e lhes concedia espaço nos cultos para apresentarem-se e adorarem a Deus com seus instrumentos.

Havia em minha igreja quando eu era ainda jovem um querido irmão, já falecido, o ir. Belmiro, um senhor tímido, muito recatado e extremamente calmo. Constantemente o nosso pastor, embora em uma igreja que tinha 40% de jovens, o chamava em pleno culto dominical para que apresentasse um solo de gaita, e lá vinha o irmão Belmiro atravessando o corredor da pequena igrejinha, solenemente se dirigindo à frente do púlpito e só la chegando, virava-se de frente para a igreja e, creio que pela timidez, fixava o olhar em algum ponto ao alto, sacava a sua gaita do bolso do paletó, dava uma limpada na garganta e solava as quatro estrofes de um hino do Cantor Cristão, nós os jovens desfrutávamos daqueles momentos calmos e silenciosos com todo o respeito, e depois pegávamos os nossos instrumentos barulhentos, e o pior deles era a bateria, e cantávamos ao nosso estilo, mas ressalto que havia “equilíbrio” e harmonia,  bons momentos, e é exatamente disso que sinto falta em muitas igrejas, um equilíbrio, em que tudo não gire em torno dos jovens, do gosto dos jovens, mas que se tempere com algo mais antigo e que ainda está presente e vivo em nosso meio; qual seja: nossos queridos idosos!

Falar de Projeto de Visitação a Idosos carece de falar primeiramente de como nós tratamos os nossos idosos mais próximos.

Meu irmão, Pr. André, pastoreia uma pequena e aconchegante igreja, no Jardim Imperador, na zona leste de São Paulo. Certa feita fiquei muito feliz com um projeto que eles executaram, e vou compartilhar com vocês. Na igreja havia uma senhora idosa que frequentava assiduamente a igreja, mas sempre sozinha. Ela morava com um filho que não gostava de estar com os crentes era até mesmo hostil. Meu irmão, incentivado por este pensamento, reuniu um grupo de homens de sua igreja, uma igreja que praticava a ação social em diversas áreas, e foram fazer uma visita na casa da idosa para que verificassem se ela tinha alguma necessidade, um encanamento ruim, um reparo doméstico, uma pintura, coisas que para os idosos são difíceis de resolver, embora como eu disse ela tivesse um filho e mesmo que este não frequentasse a igreja, isso não importava para os irmãos, queriam ajudar a idosa.

Os irmãos foram lá, examinaram tudo o que precisava ser feito, planejaram, angariaram o material necessário e fizeram uma pequena reforma naquela casa, consertaram o que estava quebrado, pintaram, e me disseram que foi muito prazeroso cuidarem daquela velhinha sob o olhar estupefato do filho dela. Este não seria exatamente o papel de uma “igreja atuante”? E esta igreja tem procurado realizar muitos outros projetos importantes em sua comunidade, eu falo mais sobre eles em nossos cursos.

Sua igreja cuida dos seus idosos? Você saberia dizer do que os idosos de sua igreja vivem, se carecem de alguma ajuda, se precisam de companhia para irem ao supermercado, ao banco ou ao médico? Será que precisam que alguém troque uma lâmpada ou faça um pequeno reparo doméstico? Se precisam uma carona? E muitos já querem visitar os abrigos? Calma…

Alguém pode se sair com essa: “Minha igreja não tem idosos, e aí o que eu faço?”

Antes de procurar visitar um Abrigo de Idosos, primeiramente recomendo que veja o entorno da sua igreja, talvez existam vizinhos idosos, não importa se são evangélicos, sejam ateus, católicos, espiritas, não importa. Ofereça ajuda, simplesmente ofereça ajuda. Carpir um quintal, podar uma arvore, servir de acompanhante, ensinar a mexer com o celular, use a imaginação.

Morei em um prédio no centro de São Paulo, onde existiam muitos idosos, certa feita eu ia já saindo pela portaria e me deparei com um travesti de quase dois metros de altura quase se agachando para conduzir e amparar uma senhorinha bem idosa que mal podia andar, imediatamente eu peguei no outro braço da senhorinha e voltei acompanhando a dupla.

Subimos bastante, o prédio tinha 25 andares, no elevador soube que a idosa que mal podia caminhar sozinha, todos os meses quando recebia sua aposentadoria ia fazer o cabelo com o rapaz que era cabeleireiro, e o rapaz, carinhosamente parava o seu serviço no seu Salão e ia acompanhar a idosa até sua casa.

E lá desci eu e o travesti, novamente para o térreo, e pude ver no olhar daquele rapaz, carinho e doçura para com aquela idosa, como se fora sua própria mãe. Depois soube que a idosa tinha um filho e que este filho sequer a visitava. A Palavra de Deus nos ensina que Deus é amor, assim sendo acredito eu que onde quer que se encontre um pouco de amor se encontra um pouco de Deus. Os braços daquele travesti naquele momento foram braços de Deus a amparar aquela pobre senhorinha.

Mas nós evangélicos, em nossa maioria e infelizmente, somos muito bons para usar nossos braços apenas para os levantar entrar em um transe e “louvar”…. Ou ainda para “abraçar o irmão do nosso lado e dizer que o ama”… me refiro a igrejas quem fazem isso de forma hipócrita sem que de fato expressem o amor de Cristo nem pelos seus membros, nem pelos seus familiares, e menos ainda pela sociedade.  Precisamos levar em conta que muitas pessoas entram na igreja para cultuar, podem estar desempregadas, sem comida em casa, com uma conta de água ou luz vencida, com os filhos com fome, e bastaria alguém do teu lado te abraçar e dizer que te ama? Seria melhor fazer algo mais que isso. Adorar sim, mas necessário é também ajudar, expressando o amor de Deus em atitudes.

E sobre a visitação aos idosos vou colocar a seguir um trecho do Livro Manual de Ação Social para Igrejas:

Antes porém quero mencionar que a jovem das fotos acima ao lado das idosas é minha filha Keila, que procurou encontrar algum tempo para visitar as idosas de um Lar Católico em São Bernardo. Minha filha é formada em Educação Física e ajudava as idosas na ginastica. Certo dia minha filha chegou muito triste e revoltada, pois tinha falecido uma idosa, expliquei a ela que é assim mesmo, os idosos morrem, e quem faz este tipo de visitação precisa assimilar isso e não se abalar. Morreu justamente uma idosa que ela sentiu desejo de levar para passear com ela no shopping, sob a minha orientação ela pediu permissão aos familiares da própria idosa e à direção do Abrigo, e assim foi ela toda faceira passear com a idosa, disse que perguntou o que ela desejava fazer, a idosa disse que queria comer camarão, e como ela não tinha restrição alimentar, minha filha me contou que ela devorou uma bela pratada de camarão, foi um dia muito feliz, e na semana seguinte minha filha chegou ao Abrigo e soube que a idosa faleceu… (espero que não tenha sido por causa do camarão,rs)

VISITAÇÃO A ASILOS

Uma visita a um Asilo é completamente diferente de um hospital ou a um Abrigo de Menores, o que veremos a seguir. Em um bom Asilo normalmente as coisas são muito organizadas, existem diversas enfermeiras, atendentes, arrumadeiras, e lembre-se que existe a parte mais difícil: os velhinhos.

Estes abençoados velhinhos, que normalmente são cheios de manias e esquisitices. Alguns são extremamente alegres outros são ranzinzas e outros ainda podem ser bastante deprimidos.

A visita a um Asilo deve ser sempre mais receptiva, devemos estar prontos a ouvir as suas histórias, suas queixas, suas piadas, enfim, suas lembranças.

Quando um idoso recebe uma visita, ele recebe nada mais que a própria vida de volta, pois ao ter quem o ouça pode recordar-se de seu passado, e lembremos que como dizia já um poeta: “recordar é viver”.

Podemos aprender muito com os nossos anciãos, muito mesmo!

Devemos ter certas precauções ao levar algum doce ou salgado, em saber previamente se o idoso não está sob alguma dieta rigorosa.

Devemos também estar atentos e perceber quando o idoso simplesmente já cansou de nossa presença, às vezes eles são como crianças, se desinteressam tão rapidamente quanto se interessam por algo, aí é hora de darmos um beijo e nos retirarmos até uma próxima visita.

Normalmente tudo o que fazemos com as crianças podemos fazer em um Asilo, fantoches, mágicas, musica, dança, etc.

Mas sem duvida você perceberá que o que eles mais gostam mesmo é de conversar, e conversar e conversar…

É tão fácil dedicarmos uma pequena parcela do nosso tempo e regularmente visitarmos algum asilo, pena que poucos o façam.

É certo que muitos que se dão bem com as crianças já talvez não tenham o menor jeito ou paciência com os velhinhos, o mesmo em relação a Casas de Recuperação ou Hospitais.

Raramente alguém gostará de estar em todos os tipos de locais, procuremos, pois detectarmos a vocação de cada um e que tudo seja feito sempre com muita liberdade e amor.

Pra terminar lembremos que a idade está na mentalidade de cada um, nosso espírito não envelhece e, como já disse alguém: não existe terceira idade, existe apenas o estar vivo e o estar morto.

Talvez essa seja uma verdade dentre muitas outras verdades, e tenho como exemplo o meu próprio pai (Pr. Martinelli), que com os seus 80 anos de idade ainda é um homem cheio de vigor e inteligência, com muita vontade de produzir e de criar.

O que de fato é absolutamente certo é que todos nós envelheceremos, e seremos considerados idosos algum dia.

Muitos idosos não têm, entretanto a felicidade de um lar estruturado, talvez alguns até nem tenham vivido da melhor maneira que deveriam, mas e daí, todos cometemos erros e não nos cabe julgar este ou aquele nosso semelhante, precisamos agir exatamente como nosso Mestre Jesus Cristo agiria, com amor.

Visitar não apenas os idosos em asilos, mas os idosos da nossa igreja ou da nossa vizinhança é extremamente necessário e convém sempre apresentarmos os relatórios em igreja, compartilhando com os irmãos experiências lindas e inesquecíveis que só os velhos podem proporcionar aos jovens.

O Estatuto do Idoso dá proteções muito importantes aos idosos e se atuamos neste tipo de visitação temos a obrigação de conhecer para poder atuar em defesa destes direitos.

É primeiramente importante cuidarmos os nossos próprios idosos, ou seja, os idosos de nossa igreja ou de nossa vizinhança, visitando-os e procurando saber das suas necessidades afetivas e materiais.

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Comece agora mesmo e faça acontecer em sua igreja!!!

Com amor, Pr. Daniel

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